100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

quarta-feira, 25 de março de 2020

3. O CENTRALISMO DEMOCRÁTICO, PRINCÍPIO BÁSICO DE ORGANIZAÇÃO DO PCP


             A intervenção ativa de todos os militantes, o debate franco e aberto, a mais forte responsabilização dos organismos de direção, a contribuição de todos para a orientação do Partido e de cada uma das suas organizações, expressam claramente a democracia interna do PCP.

            Não é por acaso que, em muitas assembleias de organização, homens e mulheres sem partido presentes como convidados, ao constatarem o debate livre e fraterno, o respeito pelas opiniões dos militantes, os métodos democráticos de decisão e a preocupação de agir sempre de acordo com os interesses dos trabalhadores, pedem, no final da assembleia, a sua admissão no Partido.

             A democracia significa, em segundo lugar, que os membros do Partido têm o direito de criticar, no organismo a que pertencem, o trabalho dos organismos superiores ou de qualquer membro do Partido independentemente do cargo que este ocupe (artº 10,b) e que o Partido aplica e estimula em todos os organismos e organizações a crítica e a autocrítica (artº 17).

             Naturalmente que criticar não é falar do que se não sabe, não é dizer mal do Partido, dos seus organismos e quadros por tudo e por nada, não é estar sempre pronto a ver apenas os lados negativos do trabalho convertendo a crítica numa posição de hostilidade no Partido, aos seus organismos e quadros. Uma crítica mal feita não só não contribui para corrigir as deficiências como pode mesmo prejudicar o desenvolvimento dos quadros ou até fortalecer alguns dos seus defeitos.

             A crítica deve ser construtiva. Fazer crítica construtiva é mostrar o erro cometido, pô-lo tão claramente a nu que o camarada ou camaradas que o praticaram o vejam e reconheçam, é mostrar o que esse erro representa de negativo para o Partido e para aquele (ou aqueles) que o cometeram, é indicar a forma de retificar o erro e ajudar a retificá-lo.

              Por seu lado, a autocrítica não é uma “confissão” que, depois de feita, deixa a consciência limpa, de modo que se pode voltar a errar livremente e sem preocupações porque, mais adiante, se fará nova “confissão” e, mais uma vez, se ficará absolvido. Autocrítica não é apenas dizer que se errou. Dizer que se errou é importante. Mas é preciso que o reconhecimento do erro não seja apenas em palavras, que seja acompanhado dum sério e sincero esforço para a sua retificação.

             A crítica e a autocrítica são a verificação e o reconhecimento dos erros e deficiências na atuação partidária de cada organismo e militante. Mas não basta reconhecer o erro. É preciso retificá-lo. Porque a crítica e a autocrítica são “um método de aperfeiçoar o trabalho, vencer deficiências, corrigir os erros e educar os quadros” (artº 17). Isso exige que, em cada caso, se estudem e descubram as causas dos erros, para que em circunstâncias semelhantes, não voltemos a repeti-los. Exige, pois, que os erros sejam francamente reconhecidos, não apenas nas palavras, mas sobretudo nos actos.

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