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A intervenção ativa de todos os
militantes, o debate franco e aberto, a mais forte responsabilização dos
organismos de direção, a contribuição de todos para a orientação do Partido e
de cada uma das suas organizações, expressam claramente a democracia interna do
PCP.
Não é por acaso que, em muitas
assembleias de organização, homens e mulheres sem partido presentes como
convidados, ao constatarem o debate livre e fraterno, o respeito pelas opiniões
dos militantes, os métodos democráticos de decisão e a preocupação de agir
sempre de acordo com os interesses dos trabalhadores, pedem, no final da
assembleia, a sua admissão no Partido.
A democracia significa, em
segundo lugar, que os membros do Partido têm o direito de criticar, no
organismo a que pertencem, o trabalho dos organismos superiores ou de qualquer
membro do Partido independentemente do cargo que este ocupe (artº 10,b) e
que o Partido aplica e estimula em todos os organismos e organizações a crítica
e a autocrítica (artº 17).
Naturalmente que criticar não é
falar do que se não sabe, não é dizer mal do Partido, dos seus organismos e
quadros por tudo e por nada, não é estar sempre pronto a ver apenas os lados
negativos do trabalho convertendo a crítica numa posição de hostilidade no
Partido, aos seus organismos e quadros. Uma crítica mal feita não só não
contribui para corrigir as deficiências como pode mesmo prejudicar o desenvolvimento
dos quadros ou até fortalecer alguns dos seus defeitos.
A crítica deve ser construtiva. Fazer
crítica construtiva é mostrar o erro cometido, pô-lo tão claramente a nu
que o camarada ou camaradas que o praticaram o vejam e reconheçam, é mostrar o
que esse erro representa de negativo para o Partido e para aquele (ou aqueles)
que o cometeram, é indicar a forma de retificar o erro e ajudar a retificá-lo.
Por seu lado, a autocrítica não
é uma “confissão” que, depois de feita, deixa a consciência limpa, de modo
que se pode voltar a errar livremente e sem preocupações porque, mais adiante,
se fará nova “confissão” e, mais uma vez, se ficará absolvido. Autocrítica não
é apenas dizer que se errou. Dizer que se errou é importante. Mas é preciso que
o reconhecimento do erro não seja apenas em palavras, que seja acompanhado dum
sério e sincero esforço para a sua retificação.
A crítica e a autocrítica são a
verificação e o reconhecimento dos erros e deficiências na atuação partidária
de cada organismo e militante. Mas não basta reconhecer o erro. É preciso retificá-lo.
Porque a crítica e a autocrítica são “um método de aperfeiçoar o trabalho,
vencer deficiências, corrigir os erros e educar os quadros” (artº 17). Isso
exige que, em cada caso, se estudem e descubram as causas dos erros, para que
em circunstâncias semelhantes, não voltemos a repeti-los. Exige, pois, que os
erros sejam francamente reconhecidos, não apenas nas palavras, mas sobretudo
nos actos.
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