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3.3. O centralismo democrático
e a sua aplicação:
o estilo de trabalho do Partido
O centralismo democrático é,
entretanto, a unidade e a interação dos dois aspetos: a democracia e o
centralismo. Essa unidade não é mecânica, mas sim dialética: um aspeto completa
o outro, pelo que a acentuação arbitrária de um ou de outro aspeto rompe a
unidade e só pode causar prejuízos ao Partido.
A justa combinação do centralismo
e da democracia garante ao Partido a unidade e a organização necessárias,
torna-o flexível e cria condições para que se possa desenvolver a iniciativa
dos militantes e se consiga o cumprimento das resoluções partidárias.
Este princípio orgânico do
Partido, que resulta da sua natureza e dos seus objetivos, é um princípio
universal: existe em todos os partidos de novo tipo. Mas a sua aplicação
é concreta, dependendo não só da situação em que cada partido desenvolve a
sua ação mas também da sua própria experiência revolucionária.
A aplicação do centralismo
democrático depende, em primeiro lugar, das condições em que o Partido desenvolve
a sua ação. É assim que para os partidos operários que atuam na
clandestinidade, como atuou o PCP durante quase meio século, alguns aspetos da
democracia interna não podem ser amplamente aplicados. Assim o exige a defesa
do Partido. O processo de eleição é, então, em geral substituído pela cooptação
ou nomeação dos quadros, depois de ouvido o maior número possível de camaradas.
A discussão ampla dentro do Partido, a crítica, a prestação de contas, a
contribuição de todos para a melhoria da atividade geral também sofrem
limitações ditadas pelas exigências da defesa das organizações. Mas, mesmo
então e salvaguardando aqueles aspetos em que a clandestinidade e a defesa do
Partido impunham limitações, sempre houve um esforço para a aplicação mais ampla
possível das normas da democracia interna, patente no estilo de trabalho que se
ia forjando.
A aplicação do centralismo
democrático está também dependente da experiência revolucionária de cada
Partido. É assim que, através da sua história, em correspondência com a
orientação política, os critérios de classe, as soluções orgânicas, a política
de quadros e a prática revolucionária, o PCP criou formas próprias de aplicação
do princípio geral do centralismo democrático, aquilo que poderemos designar
como o estilo de trabalho do Partido.
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