100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

quarta-feira, 20 de maio de 2020

3. O CENTRALISMO DEMOCRÁTICO, PRINCÍPIO BÁSICO DE ORGANIZAÇÃO DO PCP

Página 10

(Desenho de Rogério Ribeiro)


             As características fundamentais do estilo de trabalho são:

1º O espírito de classe presente na orientação e na prática política;
2º O trabalho coletivo ligado à responsabilidade individual;
3º A ligação do Comité Central com todo o Partido e dos vários organismos com as bases respetivas;
4º A crítica franca e fraternal e a autocrítica natural e espontânea;
5º A camaradagem, a lealdade, o respeito mútuo, a fraternidade e a solidariedade nas relações entre camaradas;
6º A democracia como princípio, como linha de trabalho, como hábito de conduta, como fator de unidade e disciplina, isto é, como forma natural de viver e atuar no Partido;
7º O respeito pela opinião dos militantes e a participação de todos na elaboração das decisões;
8º A autoridade ganha pelo trabalho e pelo exemplo, não por razões formais;
9º O hábito de respeitar, mas jamais incensar, os dirigentes;
10º A dignificação das tarefas mais modestas;
11º O dinamismo, a energia, o espírito de iniciativa, a dedicação sem limites à causa dos trabalhadores, da democracia, da independência nacional e do socialismo.

             Este estilo de trabalho do PCP foi criado, forjado, corrigido, desenvolvido e aperfeiçoado, antes e depois do 25 de Abril, ao longo dos 99 anos da sua existência, na aprendizagem dos êxitos e dos insucessos, no aferir das experiências positivas e negativas, na formulação de conceitos correspondentes a uma prática cada vez mais rica de democracia interna e na força cada vez mais exaltante e eficaz da unidade do Partido. Tal estilo de trabalho está na raiz de muitos dos sucessos do PCP. Por isso se deve manter e reforçar.

             Mas, por vezes, manifestam-se (ou podem manifestar-se também) tendências negativas que são de combater:

             De combater o estilo de trabalho absorvente e dirigista de camaradas que gostam de fazer tudo, que chamam a si todas as tarefas, que sobrepõem sistematicamente a sua opinião à dos camaradas e organismos inferiores, que intervêm mais como comandantes políticos do que como dirigentes.

             De combater o tipo de controlo individual, que repete, em novas condições, o tipo de “controleiro” que a clandestinidade impunha. As características negativas deste tipo de controlo são fundamentalmente três:

             A primeira -o controlo é entendido como a ida do “controleiro” aos organismos inferiores, quando em muitos casos haveria vantagem em que os responsáveis dos organismos inferiores fossem membros dos organismos superiores ou pudessem ter contactos frequentes com estes:
             A segunda -a existência de um único elo de ligação dos organismos inferiores com os superiores por intermédio do funcionário do Partido, o que prejudica o conhecimento das organizações pelos organismos de direção, tornando mais contingente a transmissão de diretrizes e sujeitando a apreciação dos problemas das organizações aos critérios subjetivistas dos funcionários;
             A terceira –um certo afastamento entre os organismos de direção do Partido e a base, o que constitui um efetivo travão à atividade.


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