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A democracia no Partido significa,
em quinto lugar, que os organismos dirigentes do Partido prestam contas da sua
atividade às organizações respetivas e dão o máximo de atenção às opiniões e
criticas que estas manifestam ou façam (artº 11 b).
Este prestar de contas é feito
regularmente através de relatórios e informes dos dirigentes centrais ou locais
às diversas assembleias de comunistas que os elegeram (Congresso, Assembleia
Concelhia, Assembleia de Célula, etc.). Mas, mesmo nos intervalos dos
Congressos e Assembleias, a Direção do Partido e os organismos dirigentes
intermédios vão dando contas da sua atividade, em sessões de esclarecimento, em
comícios, em documentos, em informações aos militantes. Deste modo, os membros
do Partido vão acompanhando a par e passo a sua atividade.
Entretanto, o caráter
profundamente democrático do Partido não transparece apenas na vida interna. Constata-se
também na extensão da informação que sobre si próprio dá aos trabalhadores em
geral. Nenhum partido dá uma tão ampla informação sobre si próprio. Por isso
mesmo se pode afirmar com justiça que o PCP é um partido de “portas de vidro”.
A democracia no Partido significa,
em sexto lugar, que os seus membros têm amplos direitos e a possibilidade
real de os exercer e que direitos e deveres são iguais para todos os membros do
Partido (artº 8).
Uma das características da
democracia no PCP é que é definida não só pelos direitos, mas também pelos
deveres concretos dos seus membros. A clássica exigência leninista de que todos
os comunistas militem numa organização e desenvolvam um trabalho revolucionário
regular é um aspeto distintivo do partido proletário de novo tipo. Impregnada dum
profundo caráter democrático, esta exigência baseia-se no facto de o comunista
não ser um espetador desinteressado, mas um participante ativo nos
acontecimentos, de o trabalho partidário ser uma resultante dos esforços de
todos os seus membros. Trata-se de uma democracia em que todo o comunista
contribui ativamente para o trabalho partidário, não só através dos
representantes que elege mas também da sua participação pessoal.
Por outro lado, no Partido não há
direitos para uns e deveres para outros. Todos os membros do Partido,
independentemente da sua antiguidade e responsabilidade, têm iguais direitos e
deveres.
Como corolário deste princípio, os
Estatutos estabelecem que o Partido “deve realizar uma justa política de
quadros, sendo rigoroso no conhecimento, seleção e promoção dos quadros, eliminando
severamente as preferências por motivos de amizade pessoal ou de parentesco,
promovendo os homens e mulheres firmes, modestos, fiéis ao Partido, ligados às
massas, que tenham revelado capacidade, dedicação e espírito combativo” (artº
18).
Neste aspeto, a Revolução
portuguesa criou, revelou e promoveu os quadros no próprio fogo da luta. A Revolução
abriu amplamente a oportunidade para que se afirmassem na prática qualidades
humanas até então ocultas ou sem aplicação prática, ensinando em poucos dias o que,
em condições de estabilidade reacionária ou democrática, levaria anos a
aprender. A Revolução trouxe ao Partido milhares de novos quadros que se
educaram e revelaram em todas as frentes.
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