Saudação não-dita em jantar-convívio (não-realizado) dos 99 anos do PCP e do começo, em Ourém, da assinalação do Centenário, transformada em mensagem... e sinal muito preocupante do tempo que estamos a viver e do que vem aí :
Caros Camaradas,
Tínhamos agendado para hoje o jantar de comemoração
do aniversário do nosso Partido, de assinalação do Centenário e de convívio com amigos. As condições
emergentes – de declarada emergência nacional – impedem-nos de concretizar esse
acto político e de confraternização.
Pessoalmente, tinha a intenção de vos dirigir
algumas palavras sobre as razões do encontro e o momento político que se vive.
Antes
de mais, queria saudar-vos por podermos encontrar-nos e reafirmar a convicção e
disposição de lutar pela transformação da sociedade no sentido da valorização
do trabalho e dos trabalhadores e de combate às desigualdades sociais que se
agravam, e mais se agravarão com o rumo que procuram impor a Portugal, a
pretexto de tudo e não recuando perante nada.
Não se nega a gravidade do problema sanitário que
ocorre. Mas tenhamos o discernimento e o dever de nos informarmos e de ser
portadores de informação, mostrando que os problemas do ser humano (todos os
problemas que a Humanidade confronta) podem ser encarados
ou com a intenção de
privilegiar o social, o colectivo
ou com a procura de oportunidades para beneficiar
interesses privados, egoístas, quaisquer as consequências sociais.
O Serviço
Nacional de Saúde, tão atacado mostra-se indispensável e de necessário reforço.
A nível internacional, a China e Cuba têm sido verdadeiros exemplos da
diferença. Quase amordaçados, mas tão fortes que se tornam evidentes.
É difícil o tempo que se vive. O momento é de enorme
gravidade.
Mas dele pode sair-se mais esclarecido e a lutar por um
mundo melhor... ou ver-nos-emos a defrontar condições mais desumanas,
nomeadamente com relações laborais mais negativas, ainda mais desiguais
socialmente, adiando o Futuro.
Depende de todos nós. A nossa luta parece-me cada
vez mais difícil, por isso mais necessário o nosso esforço, ao lado de outros
como nós, que temos de informar, de esclarecer e, para isso, temos de nos
informar, de nos esclarecer. Contra uma máquina montada e poderosíssima para desinformar,
para manipular. Os nossos encontros são cada vez mais necessários e estão a ser dificultados, com razões e aproveitamentos de razões.
Temos de encontrar maneiras de ultrapassar essas e outras
dificuldades.
Estamos em Primavera.
Aproveitemo-la!
A
camaradagem e a amizade do
Sérgio
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