do meu quase-diário:
10.03.2020
O Partido (é preciso
acrescentar alguma coisa?, não é!, mas aí vai... redundantemente:), o Partido
Comunista Português está a viver os primeiros dias do seu centésimo ano da
existência.
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E, já que estou em maré de
redundâncias, acrescentaria que vivo este centenário nos meus 63 anos de ser
este partido, porque tomei Partido em 1958.
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Não se trata de estatística
aniversariante, embora os números (quer os do Partido, quer os pessoais) não sejam
nada despiciendos…
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Em 1921, um grupo de
sindicalistas, isto é, de trabalhadores que tinham em sua consciência decidido organizar-se em (ou participar em) associações que afirmavam e defendiam os
seus direitos de trabalhadores, resolveram dar mais um passo…
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(… vá camaradas, mais um passo/já uma estrela se levanta…)
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E, a 6 de Abril de 1921,
reuniram-se na Associação dos Empregados de Escritório e fundaram o Partido
Comunista Português ao elegerem os seus “corpos
administrativos”; a iniciativa da
sessão foi de uma “comissão elaboradora
das bases”, que tencionava também realizar uma sessão de propaganda, que não
se realizou por não ter sido deferida pelo governador civil devido a este estar
demissionário… e “o comandante da polícia
não querer tomar a responsabilidade”.
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Pelo que se pode dizer que não
foi um parto sem dor, mas também não nasceu de geração espontânea.
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A História pode ter várias
leituras, e nesses anos que vinham do final da guerra (da 1ª guerra mundial…
que foi europeia), de 1917 da vitoriosa revolução soviética (que também não foi
de geração espontânea…como não o foram as vizinhas aparições visões da Cova da Iria), a leitura da
História que faziam os fundadores do Partido era – embora nem todos (ou só
alguns) soubessem ler (ou lessem)- era a leitura que da História faziam Marx, Lenine e
outros.
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Era a de que, no seu tempo
histórico, o valor se criava pelo trabalho (pelos trabalhadores), que eram desapropriados resultado do seu labor pelos proprietários dos meios de produção
("ferramenta" de que tinham sido igualmente desapropriados os trabalhadores), e os proprietários dos meios de produção apenas compensavam os
trabalhadores do que tinham sido desapropriados com o pagamento de horas de
utilização da mercadorizada força de trabalho (dos trabalhadores) quanto lhes permitisse continuar a produzir e a distribuir o produzido.
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Tempo histórico que ainda é
o que vivemos, sempre escamoteados os seus caboucos, sempre com os sindicatos e
partidos de classe lutando contra a sua configuração, lutando contra essa desumana relação
social base de tudo, lutando para transformar o mundo (preservando a natureza de que todos somos parte).
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Denunciando, esclarecendo, mobilizando.
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Como o Partido o faz há 99
anos, e nestes dias do seu centenário.
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