100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Cem anos passados, como nos vêem

 

CEM ANOS DO PCP

A 6 de março de 1921, era fundado em Lisboa o Partido Comunista Português. A sua primeira sede funcionaria no escritório da Federação Maximalista Portuguesa, uma associação de anarquistas e sindicalistas revolucionários que tinha desaparecido depois da prisão do seu principal animador, deixando em aberto um espaço que viria a ser preenchido com o nascimento do PCP. “Ao contrário do que aconteceu em muitos países europeus, o Partido Comunista Português não teve origem numa cisão significativa do Partido Socialista”, explica João Madeira, autor do livro A História do PCP, no artigo que escreveu para a VISÃO História que esta semana chega às bancas, sobre o mais antigo partido português.

São esses 100 anos que revisitamos, com a ajuda de uma série de investigadores e historiadores do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, entre os quais, além de João Madeira, Adelino Cunha, Francisco Bairrão Ruivo, Ricardo Noronha e Vanessa de Almeida e, ainda, do historiador espanhol Carlos Fernández Rodríguez e de André Costa Pina, da Universidade do Porto. Os líderes que foram afastados (logo o primeiro, José Carlos Rates, uma das figuras mais controversas da I República), os debates entre os presos no Tarrafal, as fugas menos conhecidas das prisões (mas igualmente espetaculares), as grandes greves operárias dos anos 40 (e a fome causada pela II Guerra) são alguns dos episódios contados. É também recordada a história do Couço, a pequena aldeia do concelho de Coruche onde se realizaria a única sessão de propaganda da Oposição Democrática. A clandestinidade, a cisão “m-l”, o impacto da Primavera de Praga, as ações da ARA (braço armado criado em 1964), o apoio de Cuba a uma guerrilha que teria como base a serra do Gerês, o comportamento do PCP em 1974 e 1975 e os dissidentes da década de 1980 são igualmente abordados nesta edição, que conta ainda com uma grande entrevista a José Pacheco Pereira sobre Álvaro Cunhal.