Aqui»» PCP faz 99 anos. Uma história em 32 datas
Comunistas
assinalam centenário e "um futuro com partido"
Lusa
O PCP assinala hoje os seus 99 anos
com um comício, onde serão anunciadas as comemorações do centenário, em 2021,
com que os comunistas pretendem afirmar que "o futuro tem partido"
PCP vai divulgar o essencial das comemorações dos 100
anos do partido que foi criado em 06 de março de 1921
O discurso principal da noite será de Jerónimo de
Sousa, secretário-geral desde 2004 e vai acontecer no antigo Pavilhão dos
Desportos, em Lisboa, "um local emblemático e com história" para os
comunistas portugueses, dado que foi ali que se fez o primeiro congresso do PCP
após o 25 de Abril, em outubro de 1974, recordou à Lusa José Capucho, da
comissão política do partido.
Foi lá, também, que durante a "revolução dos cravos" se realizaram comícios dos comunistas, então liderados por Álvaro Cunhal, ou a exposição dos 60 anos do partido, em 1981, e ainda o encontro que criou a Juventude Comunista Portuguesa (JCP).
Mas, além de
recordar "as lutas" dos comunistas nas últimas décadas, José Capucho
afirmou que, com o comício, o PCP pretende também fazer "a afirmação muito
clara de quais são os projetos" a "luta atual e a validade do projeto
do PCP para o futuro do país.
"É a
afirmação clara de que o futuro tem partido", acrescentou, utilizando o
lema do centenário "Liberdade, Democracia, Socialismo - O futuro tem
partido".
No comício,
o PCP vai divulgar o essencial das comemorações dos 100 anos do partido que foi
criado em 06 de março de 1921, tendo José Carlos Rates como seu primeiro
secretário-geral.
Na próxima
festa do Avante, em setembro, vai ser apresentado um documentário sobre a
história do partido e está, igualmente, prevista a edição e reedição de obras
de dirigentes comunistas, como Cunhal, mas também de José Vitoriano, que se
destacou na área sindical, ou ainda Francisco Miguel, outro dirigente
histórico.
Está ainda
prevista a edição do livro "100 anos de luta ao serviço do povo e da
pátria, pela democracia e o socialismo", e, em moldes ainda a definir, vai
realizar-se uma conferência internacional sobre o PCP e o comunismo.
O comício
dos 100 anos está previsto para outro local simbólico para o partido, o Campo Pequeno,
em Lisboa, onde "se realizou o primeiro grande comício do PCP a seguir ao
25 de Abril", acrescentou José Capucho.
Olhando para
o futuro, num ano em que se realiza, em novembro, o seu XXI Congresso, na
resolução sobre o centenário pode ler-se que "o caminho que Portugal
precisa e o PCP propõe ao povo português é o da rutura com a política de
direita e a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda vinculada
aos valores de Abril".
A
organização espera ter um comício participado e minimiza os eventuais efeitos
do surto do Covid-19, embora recomendando às pessoas que, "sem
alarmismo", adotem as precauções normais numa situação de surto viral.
Para José
Capucho, "não há razões" para militantes e simpatizantes "não
participarem" no comício ou que "têm que ficar em casa".
"Pelo
contrário, devem vir ao comício sem qualquer constrangimento sem qualquer
problema. Não há qualquer razão para ter alguma preocupação em relação a
isso", afirmou.
O Partido
Comunista Português foi criado em 1921 e teve, ao longo da sua história, cinco
secretários-gerais, tendo Álvaro Cunhal sido o mais marcante, durante 32 anos,
entre 1961 e 1992.
O primeiro,
de 1921 a 1929, foi José Carlos Rates, seguindo-se Bento Gonçalves, de 1929 a
1942. Da década de 1940 a 1961 houve um período sem secretário-geral, antes de
Cunhal ser escolhido. Carlos Carvalhas foi líder do partido de 1992 e 2004, ano
em que é escolhido Jerónimo de Sousa.
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