100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Octávio Pato (1 de Abril de 1925)





"Preso pela PIDE em 1961, foi barbaramente espancado e torturado (impedido de dormir durante 18 dias e noites seguidos e quatro meses incomunicável). Recusou-se a responder a quaisquer perguntas. A firmeza com que fez a sua defesa política durante a mascarada de julgamento no Tribunal Plenário de Lisboa valeu-lhe ser espancado na própria sala de audiências."
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Nascido no ano de 1925 em Vila Franca de Xira, Octávio Floriano Rodrigues Pato começou a trabalhar com a idade de 14 anos na indústria do calçado e como empregado de comércio.
Entrou para o PCP em 1941. Funcionário do Partido desde 1945, viria a aceder ao Comité Central em 1949, sendo dos mais jovens num colectivo cujos três membros mais velhos ainda não tinham atingido a idade de 35 anos.
Aos 15 anos iniciara a sua actividade revolucionária na Federação da Juventude Comunista Portuguesa. Após a reorganização de 1940/41 fez parte do Comité Local de Vila Franca de Xira e do Comité Regional do Baixo Ribatejo.
Na região de Vila Franca de Xira, teve participação activa na preparação, organização e desencadeamento das grandes greves de 8 e 9 de Maio de 1944, que abrangeram todo o Ribatejo, a região de Lisboa e Loures. Foi assinalável o seu papel na organização do amplo e emocionante movimento de solidariedade e apoio popular aos grevistas e suas famílias.
Obrigado a passar à clandestinidade em 1945, passou a dirigir as organizações juvenis e estudantis do Partido. Em 1946, usando o nome de Octávio Rodrigues, foi, numa situação de semi-clandestinidade e por incumbência do Partido, um dos fundadores e dirigentes do MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática Juvenil).
Em 1947, por ter sido referenciado pela polícia política, voltou à mais rigorosa clandestinidade e passou a integrar a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP.
Em 1949 foi eleito para o Comité Central como membro suplente e em 1952, já como efectivo, foi designado para o Secretariado do Comité Central.
Como membro do CC, trabalhou nas direcções das Organizações Regionais de Lisboa, do Norte e do Sul, bem como na Redacção do “Avante!”, tendo sido também responsável pelo controlo das duas tipografias clandestinas centrais.
Preso pela PIDE em 1961, foi barbaramente espancado e torturado (impedido de dormir durante 18 dias e noites seguidos e quatro meses incomunicável). Recusou-se a responder a quaisquer perguntas. A firmeza com que fez a sua defesa política durante a mascarada de julgamento no Tribunal Plenário de Lisboa valeu-lhe ser espancado na própria sala de audiências.
Condenado a oito anos e meio de prisão, prorrogados indefinidamente por via das célebres «medidas de segurança», foi libertado em 1970 após um grande movimento de solidariedade. Voltou pouco depois à luta na clandestinidade.
No período que antecedeu o 25 de Abril, era membro do Secretariado e da Comissão Executiva do Comité Central, tendo a seu cargo, entre outras tarefas, a responsabilidade pela Redacção do “Avante!”.
Depois do 25 de Abril, Octávio Pato foi deputado e Presidente do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia Constituinte, candidato à Presidência da República em 1976, e deputado à Assembleia da República de 1976 a 1991. Membro da Comissão Central de Controlo e Quadros de 1988 a 1992; membro da Comissão Política de 1974 a 1988, e do Secretariado do Comité Central de 1974 até ao seu falecimento.


quinta-feira, 21 de maio de 2020

O Partido e os intelectuais nos anos 40 - O caso Bento de Jesus Caraça por Manuel Gusmão


O Partido e os intelectuais nos anos 40 - O caso Bento de Jesus Caraça

A reorganização do PCP e os seus III e IV Congressos (o I e o II ilegais), realizados respetivamente em 1943 e 1946, marcam a história de Portugal nos anos 40. No prefácio (de 1997) ao Informe Político do Comité Central ao IV Congresso do PCP, Álvaro Cunhal escreve: «A grande maioria dos quadros de direcção que se formaram nos anos da reorganização vinha da classe operária e revelava-se e forjava-se na intervenção directa e destacada em lutas de massas. 


terça-feira, 19 de maio de 2020

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Praça de Jorna, Soeiro Pereira Gomes

(Desenhos da prisão Álvaro Cunhal)

Praça de Jorna
Soeiro Pereira Gomes
Agosto de 1946
I

Entre os camponeses de certa região, designa-se por «praça» o ajuntamento dos assalariados rurais em locais certos e dia fixado, com o fim de contratarem trabalho, ou – como usam dizer – tomarem patrão.

A «praça de trabalho» ou «praça de jorna» é pois um mercado de mão-de-obra, a que vão assalariados e proprietários rurais (ou os seus delegados: os capatazes), e em que os primeiros, como vendedores, oferecem a sua força de trabalho, e os segundos, como compradores, oferecem o salário ou jorna, que é a paga de um dia de trabalho (jornal).

Daí a designação de «praça de jorna» ou «praça de trabalho», mais apropriada do que «praça de homens» como já se tem chamado, visto que não são propriamente os homens o que está à venda no mercado, mas sim a sua força de trabalho, isto é, o conjunto das suas faculdades físicas e intelectuais utilizadas na produção.

Convém insistir neste ponto, porquanto aquela designação corresponde a uma corrente de opinião acerca das «praças», ou seja, de que elas são ainda restos do antigo mercado de escravos e, portanto, desumanas e inteiramente condenáveis. Em certo artigo doutrinário escreveu-se que «as praças de homens são, na realidade, mercados medievais da força de trabalho».

A verdade é que, antigamente, o homem do campo não era livre de dispor da sua força de trabalho: era escravo ou servo da gleba e, como tal, todo ele considerado uma ferramenta ou simples objecto de uso, que o senhor podia vender ou trocar ou, quando escravo, destruir. Os antigos romanos dividiam mesmo as forças de produção em 3 categorias: os meios de trabalho mudos (os objectos), os meios de trabalho semi-mudos (o gado), e os meios de trabalho falantes (os escravos). Ao passo que, modernamente, dentro da forma capitalista, o que constitui a mercadoria é a força de trabalho do homem, e não o próprio homem. Este, até certo ponto, é livre de escolher ou mudar de patrão ou ofício. Portanto, se no mercado medieval o homem passava das mãos de um senhor às de outro senhor, de um vendedor a um comprador, na «praça» actual o trabalhador rural vende a sua força de trabalho ao lavrador, por um tempo determinado (dia ou semana) e recebe em troca um valor: o salário.

Quer isto dizer que o trabalhador recebe o justo valor do seu trabalho? De modo nenhum. Quer dizer também que o trabalhador, tendo deixado de ser escravo ou servo, é agora inteiramente livre? De modo nenhum. No sistema capitalista de produção, os assalariados estão dependentes da classe que possui os meios de produção (proprietários da terra e das máquinas, etc.),  são obrigados, para não morrerem de fome, a vender as suas faculdades físicas e intelectuais. E nesse «negócio» forçado, os patrões aumentam o seu capital, enquanto os assalariados desgastam a sua única riqueza: a força de trabalho.

sábado, 16 de maio de 2020

Dirigentes do PCP (II)




Dirigentes do PCP:

(de pé), 

Jaime Serra, Sérgio Vilarigues e Blanqui Teixeira,

(sentados a contar do lado esquerdo) 

António Dias Lourenço, Álvaro Cunhal, José Vitoriano, Joaquim Gomes e Octávio Pato

(Fotografia de Eduardo Gageiro)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Soeiro Pereira Gomes - 2


Soeiro Pereira Gomes-1




Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 em Gestaçô, concelho de Baião. Estudou em Coimbra e posteriormente trabalhou um ano em África como regente agrícola. Mais tarde fixou-se em Alhandra, onde trabalhava como empregado de escritório de uma fábrica de cimento. A dureza da vida de funcionário comunista clandestino, durante os últimos anos da sua vida, contribuiu para o seu fim prematuro (morreu de tuberculose em 1949).


BIBLIOGRAFIA






Esteiros
Editorial Caminho
Edição:04-1997

Soeiro Pereira Gomes - Obra Completa
Editorial Caminho
Edição:04-1997

Refúgio Perdido
A Bela e o Monstro
Edição:01-2017

Contos Vermelhos e Outros Escritos
Editorial Avante
Edição:01-2010

Esteiros
Publicações Europa-América
Edição:04-1995

Engrenagem
Publicações Europa-América
Edição:04-1973

Engrenagem
Editorial Avante
Edição:04-1983

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Joaquim Pires Jorge - com uma imensa alegria














As histórias da História de Joaquim Pires Jorge são histórias da História da classe operária portuguesa e do seu Partido. Valem pela experiência e pelas lições que encerram e é esse o objectivo deste livro. 
Joaquim Pires Jorge morreu poucos meses depois  de acabar de contar a história que termina - é bem próprio dele - com a palavra alegria. Joaquim Pires Jorge morreu, mas deixou a lição da sua vida exemplar. É isto também, como dizia Pablo Neruda, o Partido: "Fizeste-me ver a claridade do mundo, e como é possível a alegria. Fizeste-me indestrutível pois contigo não termino em mim mim próprio."


da nota introdutória ao livro,
da autoria do jornalista
que organizou o livro 
- João Paulo Guerra -,
editado em Agosto de 1984


domingo, 26 de abril de 2020

Soeiro Pereira Gomes escritor e revolucionário

Para melhor conhecermos o Partido

 
Soeiro Pereira Gomes

Uma Biografia Literária
Giovanni Ricciardi


Escrevendo directamente em português, numa prosa limpa e comunicativa, Giovanni Ricciardi, de há muito ligado a profundos estudos sobre o nosso neo-realismo literário, levou a efeito amorosamente esta biografia, que é fruto sazonado de uma honesta e aplicada investigação, tendo ao mesmo tempo a vivacidade, o colorido, o empenhamento afectivo do romance de uma vida.
Soeiro Pereira Gomes, que sobretudo pelos Esteiros, e até por alguns dos Contos Vermelhos, vai provavelmente ficar na história da literatura portuguesa como um dos principais autores da primeira metade do século XX, com a simplicidade de certos grandes mestres que o caracteriza, merecia bem ter encontrado este biógrafo.


Do prefácio de Urbano Tavares Rodrigues


domingo, 5 de abril de 2020

GALERIA de Militantes do PCP - 4

Primeira aqui»» - 1

Rogério Fernando da Silva Ribeiro
(1930-2008)
Rogério Ribeiro “Destacado participante nas lutas do MUD Juvenil e nas lutas estudantis de 1962, Rogério Ribeiro estabeleceu contactos com o PCP desde 1953, tendo a ele aderido em 1975. Preso pela PIDE em 1958 vê-lhe negada a autorização para exercer o cargo de assistente da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Rogério Ribeiro que foi membro do Comité Central do PCP desde 1983 até Dezembro de 1992, deu durante três décadas uma elevada contribuição para a concepção e realização da Festa do Avante, da qual foi membro da sua comissão organizadora e para muitas outras realizações do Partido, das quais se destaca a exposição comemorativa dos 60 anos de vida do PCP.” in Hernâni Matos 

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Revista de Investigação e Ensino das Artes
Presença incontornável na história da pintura portuguesa, Rogério Ribeiro (para além da sua obra como artista plástico no campo da pintura, da gravura, do desenho, da azulejaria e da tapeçaria) integrou no seu percurso a actividade do design, que exerceu em diferentes áreas do projecto, nomeadamente na colaboração que deu a diversos arquitectos, da qual destacamos a que manteve, não só como artista plástico mas também como designer, com os  arquitectos Carlos Tojal, Manuel Moreira e Carlos Roxo, como também as realizadas para vários projectos de lojas e agências bancárias, como a do banco Fonsecas e Burnay (1967), na Avenida dos Aliados, no Porto, e as das lojas Betesga e Traje, respectivamente na praça da Figueira e na Rua do Ouro, em Lisboa. A colaboração com estes arquitectos situou-se no campo do design gráfico, no estudo cromático de alguns dos projectos, como ainda na integração, por exemplo, de obras de tapeçaria e cerâmica ou, como aconteceu no estabelecimento Rualdo (1967), situado em Lisboa, estudando um painel de termolaminado, material de revestimento introduzido em Portugal nos anos cinquenta, que vai utilizar como material de acabamento da parede, mas, para além dessa função, Rogério Ribeiro pensa-o como um painel integrado, afirmando-o como objecto isolado.
No campo da museografia e do projecto de interiores, referimos o seu trabalho na Fundação Calouste Gulbenkian onde podemos destacar o projecto do Museu Calouste Gulbenkian de que foi co-autor com Sommer Ribeiro e Vítor Manaças.
Este trajecto pelas veredas do design iniciado nos princípios dos anos sessenta – muitas vezes na fronteira com as artes plásticas, como é o caso da colaboração com os arquitectos que nomeamos –, leva-nos a uma das intervenções que consideramos das mais significativas, quer no campo do design gráfico e de exposições, quer na gestão e programação de um espaço cultural; falamos do seu trabalho na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea em Almada, que Rogério Ribeiro dirigiu desde 1993. 
Outro dos aspectos significativos no seu percurso foi a actividade pedagógica que desenvolveu e que teve início em 1961 na Escola de Artes Decorativas António Arroio (EADAA) e se prolongou, a partir de 1971, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa onde a sua actuação, depois do 25 de Abril, foi determinante para a implantação dos Cursos de Design que foram os primeiros, a nível oficial e superior, a ser criados em Portugal.

Dois aspectos referiremos na sua actividade pedagógica nos anos pós revolução de Abril. O primeiro prende-se com a dinâmica que soube imprimir aos cursos e que passou, por um lado, pela sua convicção da necessidade do design e dos designers numa sociedade que se queria mais justa e desenvolvida e, por outro, pela sua capacidade de fazer compreender aos colegas e aos alunos, numa escola em ebulição, as vantagens dessa opção para a instituição e para o país. O outro diz respeito à importância que teve a sua actuação como coordenador do Curso de Design de Equipamento, assim como a sua acção pedagógica.
 Rogério Ribeiro leccionou, a partir da fundação do Curso, a disciplina de Design de Equipamento e, mais tarde, quando passaram a integrar o currículo, as de Teoria e História do Design e de Projecto e Orçamento.


BIOGRAFIA SUCINTA

domingo, 15 de março de 2020

Para uma GALERIA de Militantes do PCP - 3

Neste tema temos vindo a colocar em GALERIA figuras marcantes de intelectuais que militaram no Partido. Cabem aqui algumas palavras de enquadramento, como as que seguem, bem como a Declaração do Encontro Nacional realizado em Junho de 1996, que aqui se publica, na íntegra:
"o PCP, cuja identidade histórica, socio-política e Cultural, passa justamente também pela integração de intelectuais, precisa da elevação do contributo dos seus intelectuais, enquanto intelectuais, para a construção colectiva das suas respostas aos problemas do país, para a configuração do seu projecto de esquerda e de alternativa democrática e revolucionária. O Partido, todos nós, precisamos de elevar e agilizar as nossas formas de trabalho com os intelectuais comunistas e com todos aqueles outros que estão ou podem vir a estar connosco, ou a convergir connosco."
3ª Assembleia do Sector Intelectual de Lisboa, do PCP
Maio de 1998

Declaração do Encontro Nacional do PCP «Os Intelectuais e a Sociedade - O Partido e os Intelectuais»

quinta-feira, 12 de março de 2020

Para uma GALERIA de Militantes do PCP - 2


Bento de Jesus Caraça foi um intelectual militante, a vários títulos exemplar, num período histórico marcado por uma grande tensão, urgência e paixão históricas. É o sentido dessa expressão “intelectual militante” que aqui gostaria de ajudar a esclarecer, através da referência a alguns aspectos do trabalho da sua vida, ou seja, do modo como ele trabalhou, fez ou dedicou a sua vida.

Começarei por duas notas sobre questões das quais ele é um caso ou um exemplo e que, ao mesmo tempo, ele próprio formula ou ajuda a compreender.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Para uma GALERIA de Militantes do PCP - 1


 

Para uma GALERIA de
 Militantes do PCP
Armando Fernandes de Morais e Castro

‘Armando Castro’

Um dos maiores vultos da ciência e do pensamento marxista do século XX, em Portugal.

«Armando Castro (n. 1918) Economista, Professor Catedrático da Faculdade de Economia do Porto depois de 1974. Licenciado em Direito por Coimbra (1941), é militante do PCP desde 1938.

Candidato pela CDE em 1969. Aplica as categorias marxistas à análise da evolução do Portugal Medieval, dentro do esquema estabelecido por Henrique da Gama Barros.
  • Dedica-se sobretudo à epistemologia, ao conhecer o conhecimento. Autor de: Alguns Aspectos da Agricultura Nacional¸Coimbra, 1945; Introdução ao Estudo da Economia Portuguesa, 1947; A Evolução Económica de Portugal dos Secs. XII a XV, vários volumes, a partir de 1964; Em Defesa do Pensamento Científico, Porto, 1973; Teoria do Conhecimento Científico, 1975.
  • Camões e a sociedade do seu tempo (1980)
  • Evolução Económica de Portugal nos século XII a XV (1964-1970)- na qual descreve a economia medieval portuguesa
  • Revolução Industrial em Portugal no Século XIX
  • História Económica de Portugal I
  • História Económica de Portugal II
  • História Económica de Portugal III
  • Estudos de História Sócio-Económica Portuguesa (1972)
  • Teoria do Sistema Feudal e Transição para o Capitalismo em Portugal
  • Conhecer o Conhecimento
  • A Estrutura Dominial Portuguesa dos Séculos XVI a XIX (1834)
  • Lições de História de Portugal - I
  • Lições de História de Portugal - II
  • Lições de Economia - I
  • Lições de Economia - II

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