AUTOCOLANTES
100 anos de militância a caminho do futuro
1921-2021
domingo, 29 de março de 2020
sábado, 28 de março de 2020
PCP FAZ HISTÓRIA
São milhares de trabalhadores: PCP junta denúncias que mostram as fugas à lei laboral
Público 26 de Março de 2020
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Lojas, fábricas, hotéis, call centers – boa parte do mundo laboral está
suspenso. As empresas tentam resistir à crise contornando a lei laboral. Despedimentos,
contratos não renovados, férias forçadas, layoff, redução de horário e
de salário são alguns truques usados.
São já às dezenas e chegam de todo o país, da
indústria à restauração, dos transportes ao sector social, passando pelas lojas
e hotelaria. Mostram como as leis laborais estão a ser violadas todos os dias e
vão antecipando a imagem de um mercado de trabalho debilitado por uma crise que
não tem ainda fim à vista. À caixa de correio que o PCP criou na passada semana
para receber denúncias de atentados a direitos dos trabalhadores (denuncia@pcp.pt) têm chegado dezenas de casos
diariamente, alguns sobre centenas de trabalhadores da mesma empresa.
“No essencial, 90% são questões laborais, seja
despedimentos, não renovação de contratos, férias forçadas, layoff com
perda de rendimentos, mudança de local de trabalho”, descreve ao PÚBLICO João
Frazão, da comissão política do Comité Central do PCP. A outra fatia
corresponde a denúncias de especulação de preços ou sobre insuficiências nos
serviços públicos como centros de saúde fechados, acrescenta.
quarta-feira, 25 de março de 2020
3. O CENTRALISMO DEMOCRÁTICO, PRINCÍPIO BÁSICO DE ORGANIZAÇÃO DO PCP
Página 2
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A intervenção ativa de todos os
militantes, o debate franco e aberto, a mais forte responsabilização dos
organismos de direção, a contribuição de todos para a orientação do Partido e
de cada uma das suas organizações, expressam claramente a democracia interna do
PCP.
Não é por acaso que, em muitas
assembleias de organização, homens e mulheres sem partido presentes como
convidados, ao constatarem o debate livre e fraterno, o respeito pelas opiniões
dos militantes, os métodos democráticos de decisão e a preocupação de agir
sempre de acordo com os interesses dos trabalhadores, pedem, no final da
assembleia, a sua admissão no Partido.
A democracia significa, em
segundo lugar, que os membros do Partido têm o direito de criticar, no
organismo a que pertencem, o trabalho dos organismos superiores ou de qualquer
membro do Partido independentemente do cargo que este ocupe (artº 10,b) e
que o Partido aplica e estimula em todos os organismos e organizações a crítica
e a autocrítica (artº 17).
Naturalmente que criticar não é
falar do que se não sabe, não é dizer mal do Partido, dos seus organismos e
quadros por tudo e por nada, não é estar sempre pronto a ver apenas os lados
negativos do trabalho convertendo a crítica numa posição de hostilidade no
Partido, aos seus organismos e quadros. Uma crítica mal feita não só não
contribui para corrigir as deficiências como pode mesmo prejudicar o desenvolvimento
dos quadros ou até fortalecer alguns dos seus defeitos.
A crítica deve ser construtiva. Fazer
crítica construtiva é mostrar o erro cometido, pô-lo tão claramente a nu
que o camarada ou camaradas que o praticaram o vejam e reconheçam, é mostrar o
que esse erro representa de negativo para o Partido e para aquele (ou aqueles)
que o cometeram, é indicar a forma de retificar o erro e ajudar a retificá-lo.
Por seu lado, a autocrítica não
é uma “confissão” que, depois de feita, deixa a consciência limpa, de modo
que se pode voltar a errar livremente e sem preocupações porque, mais adiante,
se fará nova “confissão” e, mais uma vez, se ficará absolvido. Autocrítica não
é apenas dizer que se errou. Dizer que se errou é importante. Mas é preciso que
o reconhecimento do erro não seja apenas em palavras, que seja acompanhado dum
sério e sincero esforço para a sua retificação.
A crítica e a autocrítica são a
verificação e o reconhecimento dos erros e deficiências na atuação partidária
de cada organismo e militante. Mas não basta reconhecer o erro. É preciso retificá-lo.
Porque a crítica e a autocrítica são “um método de aperfeiçoar o trabalho,
vencer deficiências, corrigir os erros e educar os quadros” (artº 17). Isso
exige que, em cada caso, se estudem e descubram as causas dos erros, para que
em circunstâncias semelhantes, não voltemos a repeti-los. Exige, pois, que os
erros sejam francamente reconhecidos, não apenas nas palavras, mas sobretudo
nos actos.
terça-feira, 24 de março de 2020
segunda-feira, 23 de março de 2020
Aconteceu em Março de 1920
A 20 de Março de 1920
foi encerrada a Confederação Geral do Trabalho
A sede da Confederação Geral do Trabalho (CGT) - e de outros sindicatos que estavam instalados no mesmo edifício - foi encerrada pela GNR.
Houve confrontos violentos com trabalhadores que se opuseram a esses encerramentos.
domingo, 22 de março de 2020
Saudação não-dita em jantar não-realizado
Saudação não-dita em jantar-convívio (não-realizado) dos 99 anos do PCP e do começo, em Ourém, da assinalação do Centenário, transformada em mensagem... e sinal muito preocupante do tempo que estamos a viver e do que vem aí :
Caros Camaradas,
Tínhamos agendado para hoje o jantar de comemoração
do aniversário do nosso Partido, de assinalação do Centenário e de convívio com amigos. As condições
emergentes – de declarada emergência nacional – impedem-nos de concretizar esse
acto político e de confraternização.
Pessoalmente, tinha a intenção de vos dirigir
algumas palavras sobre as razões do encontro e o momento político que se vive.
Antes
de mais, queria saudar-vos por podermos encontrar-nos e reafirmar a convicção e
disposição de lutar pela transformação da sociedade no sentido da valorização
do trabalho e dos trabalhadores e de combate às desigualdades sociais que se
agravam, e mais se agravarão com o rumo que procuram impor a Portugal, a
pretexto de tudo e não recuando perante nada.
Não se nega a gravidade do problema sanitário que
ocorre. Mas tenhamos o discernimento e o dever de nos informarmos e de ser
portadores de informação, mostrando que os problemas do ser humano (todos os
problemas que a Humanidade confronta) podem ser encarados
ou com a intenção de
privilegiar o social, o colectivo
ou com a procura de oportunidades para beneficiar
interesses privados, egoístas, quaisquer as consequências sociais.
O Serviço
Nacional de Saúde, tão atacado mostra-se indispensável e de necessário reforço.
A nível internacional, a China e Cuba têm sido verdadeiros exemplos da
diferença. Quase amordaçados, mas tão fortes que se tornam evidentes.
É difícil o tempo que se vive. O momento é de enorme
gravidade.
Mas dele pode sair-se mais esclarecido e a lutar por um
mundo melhor... ou ver-nos-emos a defrontar condições mais desumanas,
nomeadamente com relações laborais mais negativas, ainda mais desiguais
socialmente, adiando o Futuro.
Depende de todos nós. A nossa luta parece-me cada
vez mais difícil, por isso mais necessário o nosso esforço, ao lado de outros
como nós, que temos de informar, de esclarecer e, para isso, temos de nos
informar, de nos esclarecer. Contra uma máquina montada e poderosíssima para desinformar,
para manipular. Os nossos encontros são cada vez mais necessários e estão a ser dificultados, com razões e aproveitamentos de razões.
Temos de encontrar maneiras de ultrapassar essas e outras
dificuldades.
Estamos em Primavera.
Aproveitemo-la!
A
camaradagem e a amizade do
Sérgio
sábado, 21 de março de 2020
Vozes de hoje
Ler no
Público 12 03 2020
Começo este texto com uma declaração
de interesses:
o sonho não é devidamente valorizado.
Nos últimos anos, o sonho tem sido
absorvido pela crença, pelo acreditar. Apesar de não muito distantes, estas
duas realidades têm funções diferentes e acontecem por razões díspares. Já não
se fala em sonhos. Se prestarmos atenção, ouvimos governantes a afirmar que
acreditam ser possível isto e aquilo, mas nunca que têm o sonho de ver
determinada coisa concretizada. O sonho é subvalorizado, talvez porque lhe seja
atribuída uma conotação romântica ou bucólica, ou porque o assumimos como um
elemento distante do mundo real.
Olhamos para o sonho como quem olha
para as estrelas: num primeiro momento achamo-las distantes, inalcançáveis e
inexplicáveis, mas depois percebemos que não. As estrelas estão ali, algures no
universo, são reais, ou seja, o sol há muito que deixou de ser uma luz
inexplicável para se tornar em algo concreto, que conhecemos e estudamos. Com o
sonho, a realidade não é diferente, pode parecer que, por momentos, aquilo que
sonhamos é uma abstracção do mundo material, uma idealização mágica de algo que
não nos é possível alcançar. No entanto, esta descrição é mais justa ser feita
à crença do que ao sonho, porque nunca vamos conseguir tocar na crença,
racionalizá-la ou materializá-la.
“Álvaro Cunhal, referia-se ao sonho como 'a primeira
manifestação de uma vontade de transformação social', na senda de um sonho
relativo à sociedade. Ora, se o sonho é o ponto de partida para a transformação
da vida, não nos podemos dar ao luxo de deixar de sonhar.”
Foi a partir do sonho que a
humanidade foi traçando o seu caminho, desafiando probabilidades e obstáculos
que só foram possíveis transpor porque sonhámos com o que poderíamos encontrar
do outro lado, não nos tendo sobrado outra opção que não a de dar o salto em
frente. No entanto, não somos muito encorajados a sonhar, não aprendemos desde
novos que o sonho é a condição essencial à vida, mas somos ensinados desde o
berço a abraçar a crença como o remédio para os nossos males. Na minha opinião,
o sonho implica mudança.
Álvaro Cunhal, referia-se ao sonho
como “a primeira manifestação de uma vontade de transformação social”, na senda
de um sonho relativo à sociedade. Ora, se o sonho é o ponto de partida para a
transformação da vida, não nos podemos dar ao luxo de deixar de sonhar.
Já
aqui escrevi sobre o direito que temos ao tempo, mas não será menos
importante dizer que temos o direito ao sonho. Não apenas ao sonho de algo
possível, mas também do impossível, sonhar com o improvável, desafiando a ordem
do mundo e das coisas. O sonho é a vida a estrebuchar dentro de nós, com a
vontade de irromper pelo mundo e transformá-lo. Todos nós temos sonhos, o
segredo deve estar na força com que os sentimos e a vontade que temos de os
concretizar. Mas a vida não é coisa simples, os sonhos são condicionados pelas
condições em que viemos, pelo nosso meio, a própria vida condiciona o sonho.
quinta-feira, 19 de março de 2020
Breve História dos Congressos
A História do PCP tem sido feita de lutas. Lutas pela
liberdade, pela democracia, pelos direitos dos trabalhadores, contra a
injustiça e a exploração, lutas, sempre ao lado dos trabalhadores e do
povo, indicando o caminho do socialismo. Também tem sido feita de
reflexão e de estudo, de debate e de acerto de ideias. Os momentos mais
altos dessa reflexão e desse acerto de ideias, da linha definidora da
estratégia dos comunistas para os tempos que vão, são os congressos. O
XX Congresso, foi o último congresso a realizar-se ocorrendo no
Pavilhão Municipal dos Desportos - Cidade de Almada, nos dias 2, 3 e 4
de Dezembro e durante o qual foi passado este vídeo:
Na longa História do Partido Comunista Português, fundado em 6 de
Março de 1921, já se realizaram 18 congressos, recordemos brevemente a
sua História.
quarta-feira, 18 de março de 2020
3. O CENTRALISMO DEMOCRÁTICO, PRINCÍPIO BÁSICO DE ORGANIZAÇÃO DO PCP
Cada
uma das 11 páginas deste documento será publicada semanalmente.
O
Partido Comunista Português só conseguirá realizar os seus objetivos se for uma
organização coesa, dinâmica e bem estruturada. O seu princípio orgânico
fundamental, que cimenta a unidade do Partido e assegura o seu caráter de organização
independente e criadora, é o princípio do centralismo democrático. Tal
princípio compreende dois aspetos, dialeticamente interligados. Mas, por razões
metodológicas, podemos separá-los, para ver como se manifesta a democracia e o
que significa o centralismo.
3.1. A democracia interna no
Partido
A democracia na vida interna do
Partido Comunista Português resulta da sua natureza, dos seus fins e das
tarefas que se lhe depara. O Partido não pode deixar de se reger, na sua vida
interna, por normas democráticas: com efeito é por se sentirem “senhores” do
seu Partido que os seus membros lhe dão todo o seu esforço e dedicação.
Mas o que significa a democracia
interna do Partido?
Significa, em primeiro lugar, a
discussão franca e livre, em todos os organismos do Partido dos problemas da
política do Partido e da atividade das respetivas organizações (artº 15),
assegurando a cada membro do Partido o direito de contribuir para a
elaboração da sua linha política (artº 10,a).
A ampla discussão permite ao Partido encontrar
mais facilmente as vias e os métodos para o cumprimento das complexas tarefas
que se lhe colocam e assegura que se chegue a um critério único e a um ponto de
vista comum que garantem a sua unidade de ação.
Vejamos, por exemplo, como foi elaborada
a Resolução Política do IX Congresso, intitulada “Com Portugal, pela
Democracia”.
No dia 20 de Abril de 1979, o
Comité Central aprovou as Teses para o Congresso. Dias depois começaram os
debates nas organizações de base das Teses propostas pelo Comité Central. Realizaram-se
2.995 assembleias e reuniões, com a participação de 55.905 membros do Partido,
onde as Teses foram largamente discutidas. Foram feitas mais de 5 mil propostas
de emenda e aceites mais de metade. No próprio Congresso foram entregues mais
97 propostas de emenda, sendo consideradas 58. Todas as organizações do Partido
estavam representadas no Congresso através de 1.749 delegados, que aprovaram as
Teses emendadas, por unanimidade e aclamação. Tudo isto permite afirmar que a
Resolução Política do IX Congresso traduz a opinião coletiva, a vontade e a
determinação do Partido.
A vida democrática do Partido
afirma-se igualmente na realização de assembleias de célula, de organizações de
setor, de classe profissional, de zona, locais, de freguesia e concelhias, com
a prestação de contas e a eleição de novos dirigentes.
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