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1921-2021

domingo, 23 de agosto de 2020

AGOSTINHO SABOGA (1909 - 1971)

 

AGOSTINHO SABOGA (1909 - 1971)

 

Operário do quadro de funcionários do PCP, corajoso e dedicado, conheceu a prisão por três vezes, foi submetido às mais violentas torturas na PIDE e esteve preso 14 anos.


Terá nascido no Seixal e casado na Figueira da Foz. Foi operário vidreiro desde criança até entrar para a clandestinidade, como funcionário do Partido. Agostinho Saboga, nas diversas tarefas que realizou, esteve instalado em vários locais do País, tendo ao seu lado a sua companheira, Lucinda Mendes. A filha viveu com os pais na clandestinidade até aos 11 anos de idade (*).
Participou nos dois primeiros congressos ilegais do Partido (1943 e 1946).
Entre 1946 e 1947, Agostinho e Lucinda Mendes Saboga instalam-se em Coimbra, mas tiveram que abandonar a casa onde habitavam, pois tinha sido entretanto detectada pela PIDE.
Em 1948, são capturados na sua casa de Soure.
Agostinho Saboga volta a ser preso em 1953.
Entre 1957 e 1958, Agostinho Saboga e Lucinda estão na clandestinidade em Matosinhos, mais precisamente em São Mamede de Infesta, numa casa onde funcionava uma tipografia clandestina. Das mãos do casal saem jornais e folhetos. A ligação partidária era, então, assegurada por Sofia Ferreira.
Em 1958, sofre a sua terceira e última prisão. É julgado em Tribunal Plenário, pela primeira vez, e condenado a cinco anos e sete meses de prisão, com as famigeradas "medidas de segurança".

Morreu com 62 anos, tendo passado 14 anos na prisão.
Na Figueira da Foz foi dado o seu nome a uma rua.

Nota biográfica de Helena Pato, escrita a partir de: http://www.avante.pt/pt/1847/pcp/28790/

Nota:

Segundo informação de Alexandre Campos (Figueira da Foz), Agostinho Saboga não teria nascido na Figueira da Foz, mas aí trabalhou e casou. Seria filho de um operário algarvio (republicano convicto), que trabalhou no Seixal como operário vidreiro, e aí terá nascido, sendo depois registado nos Olivais, em Lisboa. Foi responsável do PCP pelo distrito de Coimbra e sul do distrito de Aveiro. Trabalhou na Figueira onde casou e onde nasceram os seus 5 filhos. Em 1939 foi despedido da vidreira onde trabalhava e foi trabalhar para a Marinha Grande. A sua filha mais nova esteve na clandestinidade com ele e a companheira, entre os 7 e os 11 anos, e ajudou na impressão dos Avantes clandestinos.

 

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