100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Mário Castrim Militante do PCP desde 1940

Sessão Pública Comemorativa do Centenário de Mário Castrim

Participação de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Apresentação do livro «Mais poemas do Avante!»

Sex., 31 Julho 2020, 18:00 no CT Vitória



Militante do PCP desde 1940

Destacada figura da vida cívica e cultural do País, militante antifascista, com muitas décadas de corajosa intervenção, Mário Castrim deu um valioso contributo, enquanto crítico de televisão, escritor e intelectual, para a formação democrática e humanista de muitas gerações. Era um homem marcante, fraterno, de uma grande generosidade. A sua inteligência e cultura ajudavam-no na crítica arguta e implacável com que escrevia, no Diário de Lisboa, as crónicas diárias de denúncia dos crimes políticos e culturais levados a cabo por uma televisão ao serviço do regime fascista.

1. Professor, escritor, jornalista e crítico televisivo, nasceu em Ílhavo, a 31 de Julho de 1920, e faleceu em Lisboa a 15 de Outubro de 2002. Mário Castrim, pseudónimo de Manuel Nunes da Fonseca, foi o primeiro crítico de televisão em Portugal.

Entre os dez e os vinte anos esteve internado num sanatório de Setúbal devido a uma tuberculose óssea. Em criança tinha o sonho de ser marinheiro por influência do pai, que era capitão de bacalhoeiro. Não seguiu esta via e, entretanto, a sua motivação cristã levou-o a participar em diversas atividades, numa altura em que já morava em Lisboa: andou a distribuir pão pelos pobres, escreveu na revista missionária Audácia e deu catequese.

Ainda na casa dos vinte, iniciou-se no jornalismo e, ao mesmo tempo, foi professor no ensino técnico profissional.

Ao longo de muitos anos MC exerceu a crítica de televisão no Diário de Lisboa, um jornal vespertino do campo democrático. Nele criou e dirigiu o Diário de Lisboa Juvenil, um suplemento que iria ter grande influência em muitos jovens, desenvolvendo e alimentando vocações literárias, dando espaço ao aparecimento de muitos escritores, que aí iniciaram a sua actividade literária.

Trabalhou no jornal Diário de Lisboa até ao encerramento do título, após o que passou a colaborar com o semanário Tal & Qual. Colaborou ainda, regularmente, com o Avante!, (por vezes, com os seus poemas) praticamente até ao fim da vida.

Deu um valioso contributo, enquanto crítico de televisão, escritor e intelectual, para a formação democrática e humanista de muitas gerações. Por isso mesmo permanece como «referência histórica do género e exemplo a considerar por sucessivas gerações de críticos, mas também ficará na nossa memória como homem culto e lúcido, cidadão comprometido com o seu tempo e fiel às suas convicções» - como na altura do seu desaparecimento sublinhou o Sindicato dos Jornalistas. Foi esse exercício de cidadania, que, dia após dia, o levou a sacrificar a obra literária que poderia ter-nos deixado.

Antes do 25 de Abril, quando a censura e a polícia política reprimiam qualquer manifestação mais ousada da liberdade de expressão, Mário Castrim fez dezenas de colóquios e sessões de animação cultural, por todo o país.

Foi membro do PCP desde 1940. Era casado com a jornalista e escritora Alice Vieira.

2. Em 1976 foi candidato do PCP, na lista de Lisboa, à Assembleia da República.

Deixou publicadas as seguintes obras:

- Para crianças e jovens

• Nasceu para Lutar
• Histórias Com Juízo
• Estas São as Letras
• As Mil Noites
• A Moeda do Sol
• O Cavalo do Lenço Amarelo é Perigoso
• A Caminho de Fátima
• O Caso da Rua Jau
• Váril, o herói
• A Girafa Gira-Gira (9 vols.)
• O Lugar do Televisor (3 vols., com as crónicas que publicou na revista Audácia)

- Teatro
• Com os Fantasmas Não se Brinca
• Contar e Cardar

- Poesia
• Viagens
• Nome de Flor
• Do Livro dos Salmos

Ensaio e crónica
• Televisão e Censura
• Histórias da Televisão Portuguesa

Está representado em diversas antologias, nomeadamente em «Um Homem na Cidade», de 1968, que reuniu crónicas de dez jornalistas do Diário de Lisboa.

A partir do livro "Dossier P.I.D.E. - Os Horrores e Crimes de uma Polícia" de Mário Castrim, o grupo de teatro da Academia Sénior de Carnide criou uma dramatização onde o público acompanha relatos reais, e o espectáculo foi apresentado no âmbito das comemorações do 41.º aniversário da Revolução de Abril, em Carnide.

Biografia da autoria de Helena Pato

http://www.avante.pt/pt/2031/argumentos/122461/
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Castrim
http://www.infopedia.pt/$mario-castrim

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