100 anos de militância a caminho do futuro

1921-2021

segunda-feira, 27 de julho de 2020

HENRIQUE CUNHA (1932 – 2010)

Homem simples, solidário, afável, discreto. Antifascista militante, foi vítima da repressão e das perseguições da PIDE. Apesar de todas as adversidades por que passou, manteve sempre uma afabilidade que marcou todos aqueles com quem trabalhou ou conviveu.

Henrique Luís Ramos Pereira da Cunha nasceu no dia 20 de Setembro de 1932, no seio de uma família democrata, politicamente activa e perseguida pelo regime: o pai, oficial de engenharia, foi afastado por motivos políticos do exército, com o posto de major, situação na qual permaneceu vários anos, só vindo a ser reintegrado tardiamente no posto de coronel, a que teria direito se tivesse permanecido ao serviço, mas já sem condições de subir a oficial-general.

Henrique Cunha envolveu-se cedo no associativismo e na luta antifascista. Desenvolveu actividade no movimento associativo estudantil, designadamente na Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, instituição onde concluiu a licenciatura em engenharia mecânica. Muito jovem, aderiu ao MUD Juvenil e, em 1956, ao Partido Comunista.

Depois de um período em que se sentiu perseguido, esteve algum tempo em refúgio e, quando voltou ao trabalho, em 1964, foi preso pela PIDE em plena actividade profissional no Arsenal do Alfeite.

Foi submetido à tortura do sono durante 5 dias e 5 noites e a espancamento que lhe provocou lesão irreversível no ouvido esquerdo. Esteve preso no Aljube, em Caxias, em Peniche e no Hospital Prisão São João de Deus em Caxias, onde foi submetido a operação cirúrgica em consequência de traumatismo. 

Julgado e condenado a pena maior e «Medidas de Segurança», em 1967 saiu da prisão, depois de cumprir 3 anos, mas em liberdade condicional. 

Prosseguiu a actividade política clandestina até ao 25 de Abril.

Foi membro activo da Comissão de Socorro aos Presos Políticos.

2. Depois da Revolução esteve ligado à célula dos engenheiros da Organização Regional de Lisboa do PCP. Após 1976, de forma continuada até ao seu falecimento, exerceu actividade partidária na Comissão dos Assuntos Económicos junto do Comité Central do Partido Comunista, particularmente no organismo ligado à política industrial.

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